Na contramão dos prognósticos otimistas sobre uma luz no fim do túnel da crise global, especialistas financeiros do calibre de Marc Faber e Peter Schiff estão fazendo advertências opostas, alertando para um sério agravamento do cenário financeiro, especialmente, dos EUA.
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O suíço Faber, residente em Hong Kong, a despeito de ser mais conhecido como “Dr. Mau Agouro”, por seus prognósticos pessimistas, é um dos mais respeitados – e precisos – analistas das perspectivas financeiras globais. Em entrevista recente, ele voltou a enfatizar que a economia mundial encontra-se à beira de outra recessão, ainda pior que a deflagrada pela crise financeira de 2007-2008. Segundo ele, os EUA estarão no olho do furacão: “Eu acho que, em algum momento adiante, teremos uma maciça destruição de riquezas. Eu diria que as pessoas abastadas poderão perder até 50% da sua riqueza total (Money News.com, 18/11/2013).”
Perguntado sobre as probabilidades de ocorrência de uma nova recessão global, Faber foi curto e grosso: “100 por cento.”
Para ele, a política de injeções maciças de liquidez praticada pela Reserva Federal estadunidense, demagogicamente denominada “facilitação quantitativa” (quantitative easing, em inglês), é a pricipal causadora da tendência negativa.
Em outra entrevista, ao sítio financeiro alemão Finanzen 100 (12/11/2013), o “Dr. Mau Agouro” fez jus ao apelido, sendo ainda mais contundente: “Nós já vivemos numa economia financeira em que os mercados de dívida e de capitais excedem em muito o valor da economia real, e isto antes da atual formação de bolhas… Na próxima vez em que uma bolha estourar, o sistema econômico capitalista como o conhecemos sofrerá um abalo.”
Fazendo coro com ele, o igualmente respeitado Schiff, presidente do conselho da corretora Euro Pacific Capital, diz que o colapso dos mercados de ações em 2008 “não foi a quebra real. A quebra real ainda está a caminho” (Money News.com, 18/11/2013).
Assim como Faber, ele diz que o impacto será particularmente dramático para os cidadãos dos EUA: “Se nós continuarmos mantendo essa política de estímulo… vai ser pior para o estadunidense médio. O nosso padrão de vida vai cair… As pessoas que estão esperando a seguridade social não terão todo o seu dinheiro. As pessoas esperando pensões governamentais não terão todo o dinheiro. (…)”
Em suma, o recado é: o que vem por aí é uma tempestade – e das fortes.
Créditos ➞ Este artigo foi apresentado no Boletim Eletrônico MSIa INFORMA, do MSIa – Movimento de Solidariedade Íbero-americana, Vol. V, No 19, 22 de novembro de 2013.
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